terça-feira, 4 de outubro de 2011

Cineclube UFGD promove Mostra Ditadura e Resistência em outubro



Em sintonia com a exposição "Direito à verdade e à memória: a ditadura no Brasil 1964 – 1985”, o projeto de extensão Cineclube UFGD programou filmes nacionais para a Mostra Ditadura e Resistência que será realizada de 08 a 29 de outubro, com debates e entrada franca, todo sábado, às 17h, no cineauditório da Unidade 1 da UFGD.

Já a exposição "Direito à verdade e à memória: a ditadura no Brasil 1964 – 1985” é promovida pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e veio para Dourados por meio do V Congresso Transdisciplinar Direito e Cidadania. A exposição está aberta a visitação do público até 21 de outubro, no salão de exposições da UFGD, também da Unidade 1.

A Mostra Ditadura e Resistência apresenta os documentário “Jango” (dia 08), “O Velho - A História de Luiz Carlos Prestes” (dia 15), “Vlado, trinta anos depois” (dia 22) e “Redemocratização: as greves de 1979” (dia 29).

Jango” abre a Mostra neste sábado e é considerado um dos maiores sucessos populares da história do documentário brasileiro. De acordo com a sinopse, poucas vezes o perfil de um líder político chegou às telas com a fluência, a inteligência e a emoção desse trabalho de Silvio Tendler.

O filme concentra-se na figura um tanto trágica de João Goulart, estadista sem poder que, junto com sua deposição em 1964, levou consigo, por muito tempo, os sonhos de um governo popular. Um tesouro em materiais de arquivo é submetido a uma edição vibrante e servido por um texto que, além de comentar as imagens, vale-se de metáforas e aproximações para revelar o seu subtexto.

No entanto, pela duração de 117 minutos é o único documentário da Mostra que não terá debate durante a sessão. Todos os demais filmes terão convidados que falarão sobre as temáticas abordadas e sobre o período da ditadura em Dourados.

Os documentários foram fornecidos ao Cineclube UFGD pela Programadora Brasil, que faz parte do Programa Cine Mais Cultura, do Ministério da Cultura. A Mostra Ditadura e Resistência será a quarta mostra temática de 2011, que já contou com as mostras dos Cinemas Francês, Canadense e Chinês. Já em novembro será realizada a Mostra do Cinema Alemão e em dezembro a do Cinema Indiano.

Mais informações

cineufgd@gmail.com
www.cineufgd.blogspot.com

Sobre a exposição "Direito à verdade e à memória: a ditadura no Brasil 1964 - 1985"

http://www.ufgd.edu.br/noticias/congresso-de-direito-traz-exposicao-sobre-ditadura-para-dourados

Sobre os filmes

JANGO

08 de outubro, das 17h às 19h, no cineauditório da Unidade 1 da UFGD

Um dos maiores sucessos populares da história do documentário brasileiro, Jango foi um filme necessário no seu tempo (1984, estertores do período de exceção) e hoje é um clássico. Poucas vezes o perfil de um líder político chegou às telas com a fluência, a inteligência e a emoção desse trabalho de Silvio Tendler. O filme concentra-se na figura um tanto trágica desse estadista sem poder que, junto com sua deposição em 1964, levou consigo, por muito tempo, os sonhos de um governo popular. Um tesouro em materiais de arquivo é submetido a uma edição vibrante e servido por um texto que, além de comentar as imagens, vale-se de metáforas e aproximações para revelar o seu subtexto.

O VELHO – A HISTÓRIA DE LUIZ CARLOS PRESTES

15 de outubro, das 17h às 19h, no cineauditório da Unidade 1 da UFGD

Uma história cinematográfica das esquerdas brasileiras. É isso o que se esboça nesse belo documentário vencedor do Festival É Tudo Verdade de 1997. A trajetória de Luiz Carlos Prestes, recontada por ele mesmo e por uma constelação de parentes, contemporâneos e também desafetos, lança uma luz particular sobre oito décadas da vida política brasileira. O filme de Toni Venturi se vale ainda de uma notável compilação de materiais de arquivo, muitos desconhecidos até então, e de curtas vinhetas ficcionais. No meio de tudo, as virtudes e os pecados de um líder que agitou as paixões no país, apesar de sua missão ter ficado sempre confinada às ante-salas da esperança.

VLADO, TRINTA ANOS DEPOIS.

22 de outubro, das 17h às 19h, no cineauditório da Unidade 1 da UFGD

No dia 25 de outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog acorda de manhã e se despede da mulher, Clarice: ele deve se apresentar ao DOI-CODI, órgão da repressão política do regime militar, para prestar depoimento. Clarice questiona se ele deve se apresentar: vários amigos estão presos e sabe-se que são torturados. Mas Vlado se recusa a fugir; pondera que é um homem transparente, alheio à clandestinidade. No fim da tarde do mesmo dia, sua família e amigos recebem a terrível notícia: o jornalista está morto e, segundo fonte oficial, suicidou-se na prisão. O filme revela a trajetória de Herzog, desde a infância na Iugoslávia até sua posse como diretor de Jornalismo da TV Cultura de São Paulo. A reação de Clarice, dos amigos e da sociedade, recusando a farsa montada para justificar a morte do jornalista, tornou o fato um marco na luta pela redemocratização do país.

Redemocratização: as greves de 1979

29 de outubro, das 17h às 19h, no cineauditório da Unidade 1 da UFGD

Os três filmes, “ABC Brasil”, “Greve de Março” e “Greve!”, que compõem este programa foram realizados por diferentes diretores com uma só motivação: narrar um importante momento da história recente do país, por meio da linguagem do cinema documentário, em obras sem personagens centrais, cujo protagonismo é exercido pela coletividade. Arrocho salarial, opressão das multinacionais, repressão do Estado de exceção e união da classe trabalhadora são alguns dos temas urgentes da época. A paralisação dos trabalhos dos metalúrgicos do ABC Paulista, região de forte concentração industrial do Sudeste brasileiro, aprofundaria as graves contradições da agonizante ditadura militar e revelaria, ao mesmo tempo, o nascimento de uma figura pública que marcaria os 30 anos seguintes do cenário político do Brasil: o líder sindical Luiz Inácio “Lula” da Silva.

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